sexta-feira, 2 de julho de 2010

Por que registrar a agenda na lousa todos os dias?



Faz toda a diferença colocar a agenda no início da aula, em colaboração com os alunos. Ao fazer isso, o professor:


- Convida o aluno a compartilhar o plano de seu próprio dia de trabalho;
- Explicita à sala a continuidade do trabalho ao longo dos dias, favorecendo o vínculo do aluno com sua turma, com quem compartilha objetivos, e a conseqüente assiduidade na escola;
- Ajuda a atribuir sentido para a sua experiência em um dia de trabalho na escola;
- Responsabiliza os alunos, individualmente, com relação à sua própria aprendizagem e com o grupo.
Esse modo de operar com a agenda em sala de aula coloca o aluno como sujeito, posição muito diferente da de copista de uma lista de tarefas que lhe foram impostas e que, muitas vezes, não tem muito sentido para os alunos.

Com a agenda, o aluno se torna um participante ativo da aula, pois pode controlar seu próprio tempo e pode compartilhar das atividades que, por hora, podem ser replanejadas para o dia seguinte. Isto é um contexto.

Isto é um contexto social!

Também é importante considerar a necessidade ou não de registro desta agenda pelo aluno em seu caderno, pois, se o aluno ainda não está alfabético, qual é o sentido de solicitar a cópia da agenda? Quanto tempo este aluno levaria para realizar esta cópia? Teria significado para ele? Em que ajudaria no avanço de sua hipótese de escrita?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Letra Cursiva ou Letra de Forma?

Muitos são os questionamentos sobre o uso da letra cursiva ou da letra de forma no período de alfabetização. De um lado, temos uma enorme cobrança dos pais que anseiam em ver seus pequenos escrevendo como adultos e, do outro, professores que se sentem pressionados constantemente por atender às expectativas de famílias e comunidade. No entanto, faz-se necessária uma boa conversa entre escola e comunidade para que as famílias compreendam o real significado do uso destes dois tipos de letras e do momento ideal de serem inseridas na prática da sala de aula.
No Programa Letra e Vida, no módulo 1 da Coletânea de Textos, unidade 3, texto 10, temos a seguinte orientação:
"Nesse período em que os alunos ainda não se alfabetizaram e estão ocupados em descobrir quantas e quais letras são usadas para escrever (ou seja, ocupados com uma análise de aspectos quantitativos e/ou qualitativos da escrita), o uso da letra de fôrma maiúscula é o mais recomendado, pois suas características permitem que eles analisem as letras separadamente, distinguindo-as umas das outras com facilidade — além de serem também mais simples de grafar. A letra manuscrita, por ser contínua, não ajuda os alunos a identificar quantas e quais letras estão escritas, pois nem sempre é observável onde uma acaba e a outra começa. Depois que eles se alfabetizam, aí sim, é o momento de ensiná-los a escrever a letra manuscrita e de exercitá-la para que escrevam rapidamente e de forma legível."
Além disso, é importante pensarmos no uso social de cada um destes tipos de letra. A letra de forma, por exemplo, é de uso mais comum, na imprensa, legendas de filmes, livros, placas de ônibus, cartazes enfim, em grande parte dos portadores de escritas. Já a letra cursiva, é utilizada de maneira mais informal na escrita de receitas, cartas e bilhetes, quando copiamos alguma frase ou música que gostamos, em dedicatórias de livros, cartões e, claro, quando realizamos algum tipo de anotação, por ser de escrita mais rápida.
Em que momento seus alunos estão?
Vale a pena colocá-los para escrever com que tipo de letra?
Que objetivos você, professor, terá ao determinar o tipo de letra que seu aluno usará para escrever?
Bem, então, se meus alunos ainda não estão alfabéticos, significa que tenho que oferecer-lhes apenas textos com letra de forma em caixa alta para a leitura?
De maneira alguma! Se estamos pensando em uma alfabetização num contexto social, não podemos excluir as crianças do contato com todos os tipos de portadores de textos e seus mais variados tipos de letras, para que vão compreendendo justamente as diversas maneiras de se escrever.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Literatura de Cordel em foco



O que é e origem
A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizadas desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.

Chegada ao Brasil
A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região do Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público.
Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna,
José Lins do Rego e Guimarães Rosa.


Literatura Oral
Faz parte da literatura oral os mitos, lendas, contos e provérbios que são transmitidos oralmente de geração para geração. Geralmente, não se conhece os autores reais deste tipo de literatura e, acredita-se, que muitas destas estórias são modificadas com o passar do tempo. Muitas vezes, encontramos o mesmo conto ou lenda com características diferentes em regiões diferentes do Brasil. A literatura oral é considerada uma importante fonte de memória popular e revela o imaginário do tempo e espaço onde foi criada.Muitos historiadores e antropólogos estudam este tipo de literatura com o objetivo de buscarem informações preciosas sobre a cultura e a história de uma época. Em meio a ficção, resgata-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos, linguagem, arquitetura etc.Podemos considerar como sendo literatura oral os cantos, encenações e textos populares que são representados nos folguedos.Exemplos de mitos, lendas e folclore brasileiro: saci-pererê, curupira, boto cor de rosa, caipora, Iara, boitatá, lobisomem, mula-sem-cabeça, negrinho do pastoreio.